Por Eguinaldo Hélio de Souza
Em cada época da sua história o cristianismo enfrenta desafios diferentes. Em nossos dias atuais, ele é visto como apenas um conjunto de crenças, entre muitos outros e não como a verdade. Na escola, no trabalho, entre os amigos e principalmente na faculdade, se você é um cristão, será de alguma forma, desafiado em suas crenças.
Alguns desses desafios serão diretos, com pessoas querendo que você explique os dinossauros, a teoria da evolução, os males e injustiças do mundo. Eles falarão sobre os crimes cometidos em nome da religião, contarão a história de cristãos que os decepcionaram, usarão muitos argumentos para explicar porque não são cristãos ou porque você não deveria ser também. Atacarão seus valores morais, zombarão de sua fé de muitas maneiras.
Outras vezes os ataques virão através do seu conteúdo didático. Não vivemos em um mundo cristão e academicamente falando, os valores cristãos geralmente são ignorados ou mesmo atacados.
Quando estamos no contexto da Igreja é fácil guardar a fé. Todos ali pensam, sentem como nós. Tiveram experiências espirituais com Deus que quando compartilhadas fortalecem a nossa fé. No mundo externo se dá o contrário. Tudo ali se choca com nossa fé e conhecimentos. Intelectual e moralmente somos confrontados. As vezes de forma agressiva, as vezes de forma questionadora. Algumas pessoas querem mesmo um conflito, outras têm curiosidade e desejam entender porque somos como somos e porque cremos no que cremos. Precisamos dar a todas elas uma resposta coerente e pacífica, a fim de que entendam que nossa fé tem fundamentos sólidos. Foi isso que o apóstolo Pedro quis dizer quando escreveu: Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. (1 Pedro 3.15).
Nossa esperança tem uma razão de ser. A nossa fé não é um salto no escuro. Está consolidada por muitos fatores e precisamos conhecê-los para poder responder aos que sinceramente desejam saber porque cremos no que cremos. Mesmo que muitas coisas nas quais acreditamos possam parecer ilógicas para a mente do homem moderno, elas são fundamentadas em fatos bem definidos e coerentes. Isso ficou bem claro quando Paulo foi levado perante o rei Herodes Agripa. No texto de Atos dos Apóstolos nós lemos: A esta altura Festo interrompeu a defesa de Paulo e disse em alta voz: “Você está louco, Paulo! As muitas letras o estão levando à loucura!” Respondeu Paulo: “Não estou louco, excelentíssimo Festo. O que estou dizendo é verdadeiro e de bom senso. (Atos 26.24, 25).
Paulo defendeu a coerência e racionalidade de sua fé diante do governador, porque este, ao ver o apóstolo discursando a cerca de assuntos sobrenaturais, quis atribuir insanidade a ele. Esse tipo de coisa tende a acontecer e o cristão deve estar preparado, pois ele geralmente não crê e não pensa como a maioria. As verdades bíblicas entram em choque com a cultura à nossa volta, não só em aspectos religiosos, mas em outros aspectos também, como cultural, científico, moral, etc.
Essa forma de lidar com perguntas que as pessoas fazem a cerca da Bíblia, de Jesus Cristo e do Cristianismo é chamada de apologética, uma
palavra grega que significa “defesa”. É a defesa da fé cristã. As pessoas geralmente têm noções erradas daquilo que a Bíblia ensina e os programas de TV, rádio, revistas, jornais, livros, etc., tendem a passar ideias erradas a cerca do cristianismo. Nossa obrigação é defender a fé cristã desses ataques, e esclarecer as dúvidas das pessoas.
A única maneira de fazer uma defesa eficaz é conhecendo o que as pessoas falam contra o cristianismo e o que o cristianismo ensina. A comparação entre os dois nos permite formular respostas sábias, que ajudarão a desfazer certos mal entendidos. A razão de nossa esperança precisa ser bem clara em nossas mentes. As pessoas estão esperando por respostas claras e que satisfaça suas dúvidas intelectuais. Temos de estar preparados para defender com mansidão e temos a razão da esperança que existe em nós.