Por Eguinaldo Hélio de Souza
Não existe nas Escrituras nada que sancione a evolução tal como proposto por Darwin. A ideia de Deus como Criador de todas as coisas está por toda parte e é elemento central na cosmovisão bíblica. Jamais alguém lendo as Escrituras poderia alimentar a mínima noção de algo semelhante ao que foi proposto pelo evolucionismo. Ainda que alguns teólogos tentem harmonizar darwinismo e Bíblia isso é feito em prejuízo da revelação bíblica
O choque com as Escrituras
De um ponto de vista bíblico, o conceito de mudanças limitadas dentro de uma espécie é aceitável. Mudanças inter-espécies foge completamente da verdade expostas no livro de Gênesis.
A Bíblia ensina que tudo foi criado segundo sua espécie (Gênesis 1). Isto inclui a humanidade. Contudo, de Adão e Eva (ou mais tarde, Noé e sua família) se originaram todos os vários grupos étnicos e as diversas nações (Atos 17:26). Deus colocou dentro de Adão e Eva o acervo genético necessário para realizar todos os vários tipos de povos. E todos os descendentes de Adão e Eva não deixam de ser humanos! Nunca algo que não seja humano veio de descendentes de humanos. Isto é verdadeiro para todas as espécies de plantas e animais. Assim, a Bíblia permite a variedade dentro das espécies, mas não permite que as espécies se cruzem para dar novas espécies. Até onde vai a ciência, vemos apoio para o que a Bíblia admite (micro), mas apenas suposições e afirmações dogmáticas para o que a Bíblia não admite (macro).
Conforme argumentou Phillip Johnson, o que existe não é um conflito científico na verdade e sim um conflito filosófico, onde a cosmovisão naturalista materialista se choca com a cosmovisão sobrenaturalista cristã.
O conflito entre a cosmovisão naturalista e a cosmovisão cristã se mantém ao longo de todo o caminho. Não pode ser simplesmente varrido para debaixo do tapete, fazendo-se acomodações superficiais (…) Não pode ser mitigado, fazendo-se uma leitura figurativa da Bíblia ao invés de uma leitura literal (…) Não há nenhuma forma satisfatória de reunir duas histórias fundamentalmente divergentes, embora diversos sistemas intelectuais espúrios ofereçam algumas concessões superficiais que se dispõem a relevar uma ou duas contradições lógicas. Os que pensam com clareza simplesmente são obrigados a ir por um caminho ou por outro. (citado em Criação e Evolução – 3 pontos de vista, editora Vida, p. 31)
Quando observamos um texto como o de Gênesis 1, por exemplo, não vemos nada que nos leve a concluir um processo evolutivo de milhares de anos, conduzido pela inexorável lei da evolução e sobrevivência do mais apto. Ainda que alguns insistam que temos nesse texto os diversos níveis encontrados pelos evolucionistas, isso não passa de uma tentativa de conferir ao texto bíblico um sentido que ele não tem. É fácil perceber no texto de Gênesis que a vida começa na água, prossegue com répteis e aves, mamíferos e por fim o homem. Entretanto, é muito diferente dizer que isso foi um processo
mecânico. É como se alguém olhasse para um telefone de disco, um de teclas, um sem fio e um celular e acreditasse que eles foram evoluindo.
Quando olhado atentamente, a explicação bíblica para a origem do mundo, da vida e do homem está longe de ser superada. O máximo que o evolucionismo conseguiu foi encontrar alguns detalhes complexos que solicitavam respostas mais complexas. E essas respostas ele não ofereceu. As intermináveis perguntas permanecem e nenhuma delas será válida se excluir a Mente do Criador da equação.