Warning: mysql_connect(): Headers and client library minor version mismatch. Headers:101106 Library:100236 in /home/u488991147/domains/missaoatenas.com.br/public_html/site/wp-includes/wp-db.php on line 1017
A Urgência da Apologética Cristã « Missão Atenas

Cursos

Links

CACP
JÚLIO SEVERO
DISCURSOS DE CADEIRA

Vídeos

A Urgência da Apologética Cristã

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Apologética vem de apologia, palavra que quer dizer defesa. Os primeiros escritores cristãos posteriores aos apóstolos foram apologistas. Eles estavam entrando com as Escrituras para proclamar o Evangelho ao mundo de cultura pagã, greco-romana, cuja forma de pensar e ver o universo era bem contrário à Palavra de Deus. Nosso tempo está se tornando cada vez mais semelhante àquele.

Nossa sociedade já foi definida há algumas décadas como sendo pós-cristã. Hoje ela está se tornando cada vez mais anticristã. E não apenas pelo que ela faz ou pelo que ela diz, mas antes de tudo pelo que ela pensa e particularmente pelo que ela pensa acerca do cristianismo. Em meio a tantas ideias circulantes sendo defendidas, porque as verdades do cristianismo devem ser abraçadas? Eis o papel da apologética cristã: criar um ambiente intelectual no qual a revelação bíblica se mostre coerente e capaz de responder às indagações da atualidade.

A apologética trata de prover uma defesa da fé, fornece razões para crer e dá respostas às questões da atualidade, escreveu James White em seu livro Uma mente cristã em um mundo sem Deus1. Como disse C. S. Lewis, autor de Crônicas de Nárnia e talvez o maior apologista do século XX, a apologética não produz fé, mas cria um ambiente onde ela pode se desenvolver.

Por que inúmeros jovens entram para a faculdade como crentes e saem como incrédulos? Por que o número dos sem religião é maior entre os jovens do que entre os mais maduros? Se as Escrituras Sagradas são corretas e verdadeiras sobre todos os assuntos sobre os quais se pronuncia, porque o que ouvimos ao nosso redor é justamente o contrário?

O cristão em geral não percebe que há uma guerra intelectual acontecendo nas universidades, nas revistas especializadas e nas sociedades acadêmicas. O cristianismo tem sido taxado de irracional ou absoleto, e milhões de estudantes – nossa futura geração de líderes – têm absorvido esse ponto de vista. (…) Falsas ideias são o maior obstáculo à recepção do evangelho. 2

Engano e erro estão ao nosso redor por falta de conhecimento das Escrituras (Mateus 22.29). As verdades fundamentais acerca de Deus, do homem e do universo foram substituídas por ideologias não cristãs e anticristãs. Esse tipo de discurso errado predomina pela falta do discurso cristão sobre assuntos essenciais. É preciso que o mundo ao nosso redor não apenas saiba o que nós cremos. É preciso que saiba porque cremos no que cremos e reconheça a coerência de nossas crenças. É preciso que conheçam a razão da esperança que há em nós (1 Pedro 3.15)

A apologética se tornou urgente porque nós vivemos em um caldo ideológico complexo, onde inúmeras formas de pensar, contrárias à verdade de Deus, envolvem as pessoas como em um redemoinho. Elas estão se afogando nessas águas intelectuais e nós não temos oferecido um barco onde possam se agarrar. Nosso Deus é uma Rocha também para a mente humana.

Uma vida apologética

Nada há que chegue aos corações sem que antes tenha passado pela nossa mente. E a apologética cristã com certeza inclui o uso da nossa mente santificada para apresentar de forma coerente as verdades divinas.

No entanto, a verdade divina, além de um conjunto de afirmações corretas sobre tudo, é uma verdade para ser vivida. O apóstolo João escreveu: Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade (2 João 3). Seu elogio a Gaio não era porque ele sabia a verdade ou ensinava a verdade, mas porque ele a vivia.

Não estaremos defendendo a verdade cristã se não vivermos uma vida cristã. Como nos ensinou o apóstolo Pedro, antes de “dar uma resposta a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós”, ele exorta “santificai nos vossos corações a Cristo, como Senhor” (1 Pedro 3.15 – Tradução Brasileira). Viver sob o senhorio de Cristo é viver de forma apologética, mostrando que a verdade revelada é uma verdade a ser vivida.

A melhor apologética é a proclamação

Esse é outro ponto que não pode ser negligenciado. Antes de defender as verdades divinas, precisamos proclamá-las aos quatro ventos e de todas as formas. Não devemos pressupor que os homens duvidarão dela. Elas precisam ser pregadas, ensinadas, escritas. Devem estar presentes nas conversas corriqueiras, nos ambientes populares, nas obras literárias, nos centros acadêmicos, nas redes sociais, nos programas de rádio e TV, nos debates de toda a natureza. Precisa encher os meios de comunicação, as repartições públicas, as escolas, as universidades. Não pode ser colocada de lado ou considerada como sendo somente a religião de pessoas fanáticas e irracionais.

Precisamos anunciar ao mundo que há um único Deus, Criador de todas as coisas, Soberano sobre todas as coisas, diante do qual todos terão de prestar contas. Precisamos proclamar que a Bíblia é a Palavra eterna e infalível de Deus, que Jesus Cristo é o Filho de Deus que veio ao mundo, morreu pelos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia. Devemos ensinar a realidade do pecado e a necessidade de arrependimento e fé. Essas verdades fundamentais precisam estar presentes em tudo aquilo que é humano e não ficar restrito aos nossos edifícios, nossas reuniões, nossa literatura, enfim, não pode ficar limitado à nossa subcultura evangélica.

Arsenal apologético

E então, tendo vivido e proclamado as verdades de Deus podemos esperar que os indagadores e os contestadores surjam. Eles vociferarão e lançarão as mais duras palavras contra o cristianismo. Escreverão e atacarão, apoiados em suas ideologias e seus pressupostos intelectuais. Tentarão desmerecer e obscurecer a revelação divina com um arsenal de argumentos que não é nada fraco ou desprezível.

É nessa hora que temos de estar preparados para responder com mansidão e temor (novamente 1 Pedro 3.15). Falando, ensinando, debatendo, escrevendo. Se isso for feito com sabedoria, com inteligência, com graça e unção, com certeza o resultado será excelente. Não significa que os oponentes

serão convencidos ou que todos abraçarão o Evangelho. Significa que a verdade de Deus foi defendida por pessoas que sabem porque crêem no que crêem e se dedicaram com empenho para entender e explicar a outros de forma coerente.

Acho que um dos exemplos mais claros da necessidade da apologética seja o livro Um ateu garante: Deus existe, lançado no Brasil pela Ediouro. Seu autor, Antony Flew, foi por cinqüenta anos um dos maiores defensores intelectuais do ateísmo. Após uma série de debates com apologistas cristãos como Alvin Platinga e William Craig ele se tornou um teísta, alguém que crê na existência de Deus. Tendo percebido a honestidade e a capacidade intelectual daqueles que se diziam crentes, apesar de todo o seu arsenal ateísta, teve de se render.

Se homens de tal envergadura intelectual tiveram sua maneira de pensar mudada, quantos que hoje se agarram a modismos materialistas, marxistas e ocultistas não poderão enxergar a verdade revelada? Basta que estejamos preparados, que saibamos refutar todos os argumentos enganosos que criam obstáculos nas mentes e nos corações das pessoas, impedindo-as de reconhecer a verdade e a coerência da verdade. Nosso país está se tornando mais culto, então nossa mensagem também tem que a acompanhar tal desenvolvimento, de modo que o mundo veja, ouça e creia.

As armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente à Cristo. (2 Coríntios 10.4)

________________________________________________________

1 WHITE, James Emery. Uma mente cristã em um mundo sem Deus. São Paulo: Vida, 2010 22 Citado por CRAIG, William Lane. Apologética para as questões difíceis da vida. São Paulo: Vida Nova, 2010, p. 16.

Comments are closed.