Por Eguinaldo Hélio
Para mim foi um momento de luz quando obtive finalmente a resposta para a pergunta que fizera aos treze anos de idade:
“Senhor, qual é o trabalho que tu tens para mim?”
Estava pensando nisso quando as luzes [no restaurante] se apagaram (…). Eu não tinha me transformado em um pregador; continuava a ser tão desajeitado em frente a uma audiência como sempre fora. Eu não era um profeta. Não era um professor, nem um evangelista, nem tinha dom de curar… (…)
“Um ajudador!” Era como se a palavra estivesse escrita nas próprias chamas: transmitir aquilo que um homem tem para o outro, e este a outro mais, em uma sucessão interminável! Alguém que providenciasse tempo, lugar e ocasião para as velas se reunirem; um encorajador, cujo brilho pudesse inflamar o mundo, isto era necessário!
A excitação produzida por este pensamento fez com que as lágrimas escorressem dos meus olhos. Naquela noite eu abri a Bíblia em 1 Coríntios 1.28. Quantas vezes já pensara e orara acerca desta lista de atribuições divinas: “Primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, depois doutores, depois milagres, depois dons de curar…” Sim, lá estava “…socorros…”, ajudadores.
Como poderia ter passado por cima dessas palavras, tão honrosamente enquadrada entre outras? “dons de curar, socorros, governos, governos, variedade de línguas”.
Aqui estava o meu trabalho e o trabalho que pelo meu bom Deus havia me sido atribuído – revelado num clarão de luz entre os montes de Hollywood. Deus me tinha chamado para se um ajudado, e desse momento em diante a admiração pelo meu posto jamais me deixaria.
(O povo mais feliz da terra, Demos Shakarian, ADHONEP, pp 101, 102)
Ajudador era o ministério de Demos Shakarian, fundador da ADHONEP, uma obra de alcance mundial. Entretanto, há milhares de ajudadores anônimos, homens e mulheres, a quem Deus chamou para levar avante seu reino. Talvez nunca escrevam livros nem se tornem conhecidos, mas com certeza a obra de Deus crescerá por causa deles, porque assumiram sua posição e apoiaram com seus dons e talentos aqueles que tinham outras funções na obra de Deus.
O Reino de Deus precisou e precisa desse ministério muito mais do que imaginamos. Basta ler as listas de agradecimento do apóstolo Paulo e teremos ideia de quantos o apoiaram de tantas maneiras em seu ministério. Ele evangelizou boa parte do Império Romano, mas com certeza não fez isso sozinho. Muitas pessoas realizarão muitas coisas para Deus, mas certamente precisarão de sua ajuda para fazê-lo.
Foi ali naquele momento onde Moisés contemplou a batalha entre israelitas e amalequitas que o ministério dos ajudadores se fez presente, demonstrando quão importantes e vitais são para as vitórias no Reino de Deus (Êxodo 17.8-16). As pesadas mãos de Moisés o teriam impedido de vencer, não fosse a ação conjunta de Arão, seu irmão e do quase desconhecido Hur.
Foi graças a criatividade deles, que o sentaram em uma pedra e também graças ao apoio deles segurando suas mãos, que a vitória veio. Ajudadores são essenciais em todas as tarefas no Reino de Deus.
O Reino de Deus precisa de ajudadores e você pode ser um deles. Talvez você não pregue, não cante e não ensine. Talvez tenha medo de microfones e de aparecer em público. Ainda assim, a obra de Deus não vai acontecer sem você, pois você pode ser um dos muitos que se sentem felizes quando apoiam outros. Nem sempre você será conhecido, ou mesmo reconhecido. Talvez esqueçam até de dizer seu nome na hora dos agradecimentos. E contudo você permanecerá uma parte vital do Corpo de Cristo, fazendo com que as juntas e ligaduras funcionem e realizem.
Existem muitos Moisés e Paulos espalhados por aí que jamais conseguirão cumprir seus ministérios sem que o seu ministério de Ajudador os esteja apoiando. Você é importante! Você tem um chamado! Você tem uma missão! Você é um ajudador!